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sábado, 13 de setembro de 2014

[MINHA RESENHA] Roverandom - J.R.R.Tolkien

Roverandom
Tolkien, J.R.R
Editora Martins Fontes, 2002



Roverandom é um livro de aventura/fantasia, destinado ao grupo infantil ao infanto-juvenil, escrito originalmente por John Tolkien, criador da Terra Média, em 1925. Foi lançado em 2002 pela mesma editora da saga Senhor dos Anéis aqui no Brasil, a Martins Fontes e, posteriormente, ganhou uma segunda edição da mesma, sendo que com um acabamento bem mais bonito que em sua primeira edição. Por ser uma história simples e infantil, escrita pelo autor para seu filho, é feita para todos as faixas etárias e, principalmente, para quem tem um vínculo mais forte com as obras de Tolkien. Apesar de não ser passada em ambientes da Terra Média, várias características dela aparecem constantemente na obra, tais como a magia, seres fantásticos e um brevíssimo comentário sobre a existência de elfos, o que, para muitos, só acrescentaria ao contexto maior de obras do autor. Roverandom deveria ter sido publicado em 1936, mas apenas foi 60 anos depois. Basicamente, de um modo muito simples e curto, trata da história de um cãozinho chamado Rover e de suas desventuras. Tolkien escreveu para seu filho, Michael, logo após o garoto sofrer a perda de um dos seus brinquedos favoritos, um pequeno cachorro. A obra contém fortes alusões ao livro Mestre Gil de Ham.
Rover era um cachorro muito brincalhão, que adorava sua família. Certo dia, quando está procurando uma bolinha, se depara com um mago chamado Artaxerxes, que, já sendo rude, ainda passa por um dia ruim. O mago decide pegar a bolinha e levar consigo, mas Rover não aceita e, num ataque de fúria, morde o mago, arrancando um pedaço de sua manta. Artaxerxes, já enfurecido, só vê sua cólera aumentar e, deste modo, joga um feitiço contra o cãozinho, transformando-o em um pequeno brinquedo e o transportando para uma loja de souvenirs, sendo, posteriormente, colocado à venda.
O cão começa a ficar desesperado e guarda uma raiva muito forte em seu coração, sem saber o que fazer e sendo desrespeitoso com todas as criaturas que tentam saber sua história. Até que, certo dia, uma simpática criança passa na loja e, de cara, se apaixona por Rover, achando o cão "muito real" para ser apenas um brinquedo, e decide levá-lo para casa.
Já em posse de outro dono e, praticamente, se esquecendo de seus donos anteriores, Rover se afeiçoa à família e acaba aceitando o fato de se tornar um brinquedo para eles. Em um dia de sol, os garotos decidem passear na praia com Rover nos bolsos até que, em um infeliz descuido, Rover cai e os garotos não fazem ideia de que o cãozinho de brinquedo se perdeu na praia. Inicialmente, o cachorro se sente livre mas, logo depois, é tomado pela aflição da solidão e, assim, fica triste por ninguém notar sua pequena presença na praia.



O que Rover não sabia era que, nesta praia, habitava um antigo e poderoso mago que vivia deitado na areia, observando o ritmo das coisas ao seu redor. Seu nome era Psamatos Psamatides, que logo percebeu a presença do cãozinho em suas terras. Com isso, os dois logo se tornam amigos e Rover começa a questionar o mago sobre como poderia ter sua forma viva readquirida. Assim. Psamatos explica toda a história e personalidade de Artaxerxes, fazendo com que a aventura de Rover se inicie e, com ela, a procura do mago que o transformou em brinquedo, pois somente ele poderia devolvê-lo sua forma antiga novamente.
Assim, Rover deve fazer uma viagem a lua e encontrar o poderoso Homem da Lua que, juntamente ao seu cão-da-lua, também chamado de Rover, ensinarão o cão sobre o mundo, sobre a paciência e sobre a necessidade da aquisição do conhecimento para que, somente assim, o desolado cachorrinho possa convencer Artaxerxes a transformá-lo em um ser-vivo novamente.
Roverandom, diferentemente das outras histórias de Tolkien, é uma curta e simples aventura infantil, com uma linguagem acessível e um contexto bastante lógico, sem rodeios e com uma objetividade característica. O livro é cheio de moral, o que o aproxima de uma fábula, além de sua comédia e de seus toques fantasiosos.
Dotado de sensibilidade e de inocência, Roverandom é um excelente livro para todas as idades e, para quem é fã de Tolkien, não deve passar despercebido. A leitura é bem rápida e, como em todas as outras obras do autor, é cheio de intertextualidade, fazendo referência a outros temas e épocas, como o próprio nome de Artaxerxes, que é um mago de origem persa (fazendo referência ao Rei Xerxes), além de contar histórias dos dragões de Merlin e dos mares na época de Poseidon e Netuno.
É um livro muito agradável mas, apesar de sua simplicidade e de seu tamanho, está a um preço bastante salgado nas livrarias, o que possa, talvez, justificar a distância que tem em relação a grande parte dos leitores,

2 comentários:

  1. Oi, vc sabe pq esse livro demorou tanto para ser publicado?
    Só li de Tolkien o Senhor dos Aneis e o Hobbit e esse parece ser bem legal e eu tenho uma quedinha por livros mais infantilizados.

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    Respostas
    1. Parece que demoraram a publicar porque queriam mais histórias dos Hobbits e esperaram tempo suficiente para ver que a obra seria apenas o conto infantil. E teve algo também sobre a demora da conclusão das imagens sobre Roverandom ;)

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