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sábado, 13 de setembro de 2014

Mês do Terror #5 - Rampage

Rampage é um filme do gênero horror, escrito e dirigido pelo icônico Uwe Boll, o amado ou odiado diretor de filmes como House of The Dead, Alone In The Dark, Seed, Postal, Darfur e a saga BloodRayne. O filme é classificado como um drama criminoso, lançado em 14 de Agosto de 2009 no Reino Unido. Rampage teve uma crítica bastante positiva, principalmente no que diz respeito aos outros filmes dirigidos por Boll, tendo uma média entre 7 e 10 entre os maiores críticos e cinéfilos do mundo. Não alcançou o status de um excelente filme, o que, por sinal, está longe de ser alcançado por Uwe, mas foi classificado como um filme bom e decente, por conta de sua fortíssima crítica e caráter social, principalmente no que diz respeito à passividade e aceitação das camadas sociais com o sistema governamental atual.
Basicamente, Rampage incita à manifestação e os atos de oposição contra o Governo vigente, destacando o aumento e o crescimento social e a falta de espaço que o mundo sofre para que essas pessoas possam ocupar.
Rampage é um filme de cunho reflexivo e nos cria muitos questionamentos acerca de nossa posição e função na sociedade atual, além de nos fazer refletir sobre nossos atos e sobre o quão longe devemos ou podemos ir em detrimento da igualdade e de uma organização mais justa para todos.
A film.com, inclusive, fez um comentário bastante controverso sobre a obra, ao dizer: "I can’t believe the words I’m about to type (...) Uwe Boll’s latest film (...) is good. Very good."
Bill Williamson era um jovem sem estímulos para uma carreira e para dar alguma alegria à sua família. Com 23 anos, com um trabalho que não lhe dava estabilidade alguma e sem diploma ou, até mesmo, sem sua vida acadêmica iniciada, vive de promessas aos pais e acredita-se que utiliza delas apenas para dar uma luz e agradá-los temporariamente. Seus pais o pressionam por conta de sua falta de vontade de crescer e, deste modo, não encontram mais condições de coexistir sob o mesmo teto, dando um prazo para Bill se estabilizar e, assim, sair de casa para algum lugar próprio.
Fora de seu ambiente familiar, Bill é dotado de princípios anarquistas e não acredita em uma forma pacífica de mudar o mundo, como acredita seu grande amigo Evan. Evan é um manifestante vinculado às redes sociais e prega uma nova atitude para a sociedade, uma atitude de oposição contra às autoridades vigentes. O amigo de Bill é ligado à política e busca, através das palavras, conscientizar a sociedade de que um mundo melhor e mais justo depende apenas de cada um, caso não sejam passiveis às decisões políticas e saibam questioná-las.
Williamson, contrariamente a Evan, não acredita no poder das palavras e nem em um mundo no qual todos sejam iguais. Revoltado com o imenso crescimento social e com uma futura e hipotética falta de recursos para abrigar a todos, vê nos atos e não nas palavras, um modo para evitar uma superpopulação assim, destacando e sobrevivendo apenas os mais aptos.


Bill tem o costume de observar todos os passos e palavras de Evan e, assim, estimula seus sentidos a discordar das palavras do amigo. Com isso, uma raiva da passividade humana e da falta de atitudes perante às condições começa a inflar em seu coração, até que o rapaz se sente saturado e, assim, arquiteta meticulosamente seus passos para alterar a estrutura de sua cidade e, consequentemente de seu país.
Em constantes conflitos com todos, tornando-se extremamente averso aos seres humanos medrosos e sem coragem, além de sua família e de todos os que tornam-se um incômodo em seu dia, o rapaz vira uma bomba-relógio que, em um dia de cão, acaba explodindo e torna-se uma das maiores ameaças que o mundo já viu.

Bill decide se equipar e comprar armamentos dos mais potentes e que possam protegê-lo de qualquer um que queira impedir sua ação. O jovem constrói uma armadura altamente eficaz, de kevlar e com proteções blindadas, além de desenvolver bombas de controle remoto para iniciar seu plano e atacar a delegacia de polícia mais próxima, explodindo-a. Com esta primeira ação, Bill se arma com semi-automáticas e pistolas para, simplesmente, sair matando TODOS que aparecerem em sua frente, fazendo, assim, com que o jovem resolva o problema da superpopulação: matar o máximo de civis que puder.
Rampage é um filme, simplesmente, sensacional. O filme tem uma ação intensa e um drama que nos coloca dentro dele, como se estivéssemos vivendo o medo e o terror da população, ao mesmo tempo que vivemos a raiva e a não-aceitação que faz com que Bill Williamson saia pelas ruas matando todos.
Durante o filme, vários cortes são feitos, que nos mostram um vídeo feito pelo rapaz, expondo seus motivos para suas atitudes e o que espera que possam trazer de consequências para o mundo. É chocante o modo como ele encara a carnificina e o modo como parece levar na diversão tudo isso, com suas piadas sarcásticas e sua despreocupação com o destino dos civis.
Tudo funciona como já citei: um dia de cão. Nele, Bill desconta toda sua raiva e frustração por conta do contexto intelectual, filosófico e político vivido pela sociedade e como ela é capaz de aceitar todas as injustiças sem mover um só dedo.
A atuação de Brendan Fletcher realmente é um destaque e um show à parte. É brilhante e intenso em todos os momentos e transparece, com perfeição, a angústia, a fúria e toda a dor vivida pelo personagem principal. Sua interpretação é perfeita e impactante.


Rampage conta com uma trilha sonora fantástica e com um clima que, a todo momento, principalmente na primeira meia hora de filme, nos prepara para o pior. O filme é pesado, mas não inadequado ou apelativo e utiliza a violência apenas como um coadjuvante. O principal plano de fundo acaba sendo o contexto social e às armas que os mais opositores podem utilizar para trazer um mundo justo e mais igual.
Com isso, torna-se, até mesmo, atual, dando ênfase aos constantes conflitos vivenciados pela humanidade na década, como os ataques terroristas no 11 de Setembro, a disputa pelo petróleo e os guerras civis constantes travadas entre as classes dominantes e as minorias. Rampage é uma obra de arte bastante inteligente e objetiva, expondo a dualidade Palavras x Atitudes e mostrando quais as consequências e como devemos agir, após definimos qual dos dois lados iremos defender.
Filme FANTÁSTICO E RECOMENDADÍSSIMO!

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