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terça-feira, 4 de novembro de 2014

[DIA DE FILME] Pássaro Branco na Nevasca

Pássaro Branco na Nevasca (2014)



Gênero: Drama
Data de lançamento: 20 de Janeiro de 2014 (EUA)
Tempo: 91 minutos
Direção: Gregg Araki
Escrito por: Gregg Araki, Laura Kasischke
Estrelado por: Shailene Woodley, Eva Green, Christopher Meloni





Pássaro Branco na Nevasca (White Bird in a Blizzard) é um filme dramático lançado em 2014 e que traz, em seu elenco, grandes nomes das produções cinematográficas atuais, tal como a protagonista e encarregada do papel principal, Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas), a mais nova queridinha de Hollywood. Além dela, o longa conta com a estrela Eva Green (300: A Ascensão do Império) e com o ator Christopher Meloni (Surviving Jack). O longa franco-americano dirigido por Gregg Araki foi reconhecido por ser um filme independente, de baixo orçamento e de baixa repercussão, mas não deixa de ser um filme recomendado. O filme baseado na obra literária de Laura Kasischke teve recepção mediana por parte da crítica, acredito que por ser um filme desconhecido e ofuscado pela indústria.
O filme conta a história da adolescente e filha única, Katrina Connor, que sofreu, logo cedo, aos 17 anos, a misteriosa perda de sua mãe. Insistindo em saber o que houve e questionando constantemente o pai sobre aonde sua mãe pode ter ido, Kat nunca deixa de sonhar com ela e de lembrar do passado triste que viveu durante os anos de casada com seu marido, Brock.
Deste modo, com o passar dos meses, Kat logo vai se adaptando a ideia de viver sem sua mãe e de que, caso ela esteja viva, nunca mais deverá voltar para casa. Em uma casa solitária, com um pai depressivo e visivelmente abalado pelo abandono, Kat busca seguir sua vida fora de sua residência e descobrir sozinha o que o mundo lá fora tem a lhe oferecer. A garota conta com poucos e estranhos amigos e vive uma vida alternativa e secreta, sem pudor e inconsequente. Tendo como mentor o mundo e sem a educação familiar, Kat descobre a vida sozinha e torna-se uma adolescente rebelde, mas madura por ter, após um tempo, aceitado a partida da mãe e que deverá enfrentar tudo por conta própria.


Mesmo tendo superado a tragédia, ela e o pai ainda acreditam que a mãe, ao menos, possa estar viva, e buscam recorrer às autoridades locais para desvendar o mistério. Durante o processo, Katrina começa a fazer sessões psicológicas para desabafar e para ajudar a entendê-la sobre os hipotéticos objetivos de sua mãe e sobre o que fez Eve sumir de casa de um dia para o outro.
Logo a história de Eve é contada e descobrimos que não era uma mulher feliz durante seu casamento. Desiludida com o homem que tem e vendo Kat crescer com uma beleza que ela já não tinha mais, Eve se afunda de vez na depressão e começa a rejeitar olhar para sua filha e marido. Eve, já não mais jovem quanto antes, começa a sentir que tudo em sua vida foi um desperdício e tempo jogado fora e encontra, na solidão e nas bebidas, um modo de fugir de tudo e de todos para que suas ideias se encaixem melhor.
Enquanto isso, Kat descobre o amor e começa a se relacionar com seu vizinho Phil, um rapaz esquisito e isolado na escola. Tudo isso faz com que sua mãe só perceba o caos que sua família entrou e torna-se a principal hipótese encontrada por Kat para que sejam revelados os motivos do sumiço de Eve.

Apesar de todos os problemas familiares enfrentados pelos Connor e pelo extremo desamor e repúdio vivenciados entre Eve e Brock, Kat nunca deixou de amá-los. Com isso, a garota se instiga a descobrir o que houve com Eve, principalmente depois que é assolada por estranhos sonhos, nos quais a jovem, no meio à intensas nevascas, escuta a voz da mãe e chamando. No final dos sonhos, Kat sempre vê a mãe de relance, mas sempre termina sem respostas.
Katrina continua vivendo sua vida. Encontra novos amigos após se formar, descobre e redescobre o amor e encontra, nas fugas e nos desabafos, a melhor maneira de seguir em frnte. Enquanto isso, Brock também tenta continuar sua vida, mas de um modo bem diferente da filha, já que ele se esconde e se tranca em sua casa e em pensamentos. Um pai amoroso e dedicado, torna-se o suporte que a filha mais necessita e tenta suprir, de todos os modos, a ausência de Eve para que Katrina possa ter uma vida digna e correta.
Pássaro Branco na Nevasca é um drama forte e real, que se passa no início da década de 90. Através do ponto de vista de uma jovem que perdeu a mãe, uma experiência fiel de vida é contada. O filme foca em dados reais e acredito que seja o principal plano de fundo: o desaparecimento misterioso de mulheres casadas nos EUA. Seja por infelicidade, desamor ou por, simplesmente, expectativas frustradas, teorias são apresentadas e, através disso, conhecemos as pedras que existem em relacionamentos familiares.
Cada vez mais, parece existir um abismo distanciando os membros das famílias. O amor torna-se apenas uma palavra ilusória, dicionarizada, e tudo o que o permeia acaba se tornando efêmero e sem sentido. Com atuações brilhantes e um roteiro de primeira, vários conflitos são lançados em jogo e a vida de Kat, tal como de seus pais, está em constante cheque. Os relacionamentos amorosos entre os casais, jovens ou experientes, são expostos em um verdadeiro tapa na cara e, o que foi vivenciado na década de 90 (como apresentado na história), acaba se tornando tão atual e verdadeiro, que esquecemos o conceito de tempo e nos identificamos com várias situações passadas pelos personagens.
Segredos, mentiras, ilusões, tudo é fato e são os principais personagens de Pássaro Branco na Nevasca. Através deles, o cenário é construído e tornam-se os agentes responsáveis pelos intensos clímax no longa. A facilidade com que as pessoas mentem para poder agradar aos outros e se acomodar, a falsidade que existe entre casais que buscam apenas uma satisfação momentânea e, ao fim, não se preocupam se machucam ou não outro. A fragilidade das pessoas e de seus sentimentos, responsáveis por nos tornar monstros de nós mesmos e tornando-nos capazes de se esconder, se esquecer do amor próprio e fazendo, aos poucos, com que deixemos de viver...


Tudo isso conta com uma trilha sonora de primeira qualidade, tanto no que diz respeito aos clássicos da época quanto às instrumentais originais do filme. Com certeza, merece um enorme destaque e, sem essa trilha, acredito que a sensação seria totalmente diferente.
Eva Green, como de praxe, fazendo uma personagem esquisita e com uma personalidade obscura e misteriosa; Shailene desmistificando toda a garota fofinha e sensível de A Culpa é das Estrelas, desta vez no papel de uma adolescente rebelde e selvagem (aparecendo peladona em boa parte do filme hehehe), que não teve o apoio e nem a presença de uma mãe verdadeira em sua vida; e Christopher mostrando que faz bem melhor do que o irônico Jack em Surviving Jack, pulando de 8 para 80 e vivendo um homem de meia idade completamente sem chão e sem expressão. Com certeza, os três merecem, também, destaque no longa.
O filme é muito recomendado mesmo, principalmente para os fãs de dramas (como eu). Uma surpresa de 2014 que lembrarei por muito tempo e que mexeu, profundamente, com meus sentimentos.




Um comentário:

  1. Ai, meu Deus!
    Primeiro: sua resenha ficou de mais *-*
    Segundo: gente, esse trailer! <3333
    Querendo assistir pra AGORA, com certeza!

    Love, Nina.
    http://ninaeuma.blogspot.com/

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