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domingo, 31 de agosto de 2014

[MINHA RESENHA] The Walking Dead: O Caminho Para Woodbury - Robert Kirkman & Jay Bonansinga

The Walking Dead: O Caminho Para Woodbury
Kirkman, Robert & Bonansinga, Jay
Editora Galera Record, 2013



The Walking Dead: O Caminho Para Woodbury é a continuação do primeiro livro da saga, A Ascensão do Governador. Foi lançado em 2013 pela editora Record e escrita pelo produtor da série televisiva e homônima, Robert Kirkman, juntamente a Jay Bonansinga. Apesar de ser uma sequência de A Ascensão no que diz respeito à ordem de leitura, não é uma sequência espiritual, pois traz uma nova história, com novos personagens e em situações distintas, mantendo apenas o contexto ambiente, ou seja, o apocalipse zumbi e, apenas mais na frente, apresentando as consequências socio-culturais da criação de Woodbury para o país e como ela afetou a mente e a personalidade do personagem principal da obra antecessora, Brian Blake, popularmente conhecido como O Governador. 
Após o enorme sucesso do primeiro livro, que serviu como um excelente complemento à série, foi anunciada a saga que teria continuidade em O Caminho Para Woodbury. Infelizmente, sua narrativa acabou pecando, não fluindo tão bem quanto no anterior, além de trazer personagens sem carisma e com fracas personalidades, servindo apenas como um molho para completar a história de fundo. Muitos momentos são entediantes e até desnecessários, desmotivando um pouco a leitura. Como opinião própria, O Governador acaba sendo a salvação do livro e o que existe de encantador na história são exatamente os momentos em que Brian Blake (para quem leu A Ascensão do Governador) aparece. Enfim, não é de todo ruim, mas deixemos a crítica de lado e vamos falar sobre o enredo.
Após o mundo ser assolado e dominado por mortos-vivos de origem desconhecida, vários cidadãos que ainda não tiveram o mesmo destino dos mordedores buscam alternativas para sobreviver e aguardar que uma cura seja anunciada a qualquer hora. Enquanto alguns lutam individualmente e praticam nomadismo, sempre procurando novos locais apenas para passar noites e durar mais um dia, outros vão se juntando a outros e criando comunidades, aumentando seu potencial de defesa e retornando, ilusoriamente, a uma "civilização", já que o contexto original da palavra se foi junto com a vida na Terra.
As cidades foram totalmente dominadas pelos mortos e por humanos de má índole, esses últimos que buscam, a todo custo, a defesa de seus recursos e de locais seguros, impedindo a entrada de outros de sua espécie e até mesmo matando quem interferir em seus ideais. Com isso, a constante ameaça das hordas de mortos-vivos acaba se tornando apenas um dos conflitos, já que o desespero e o medo cria um clima mais pesado entre os próprios humanos, que começam a desconfiar de sua própria integridade.
A alternativa que grupos sobreviventes encontraram foi a de procurar abrigos isolados e longe das metrópoles, evitando ao máximo a proximidade das estradas e de locais infestados por indesejados. Em um desses abrigos, Lilly Caul (do game point-e-click) e seus companheiros buscam manter uma população civilizada e afastada de quaisquer conflitos que possam existir. Em um ambiente longe de estradas e num terreno aberto rodeado de árvores, vivem crianças, mulheres, idosos, médicos, combatentes... De tudo um pouco e, assim, cada um busca efetuar sua função de acordo com as necessidades do grupo.


Lilly tem laços estreitos com o grandalhão Josh Lee Hamilton que, no passado, a salvou de um trágico destino, e um busca no outro (principalmente Lee) o consolo necessário para que sejam afetados o menos possível pela calamidade. Como quaisquer outros grupos de sobreviventes, eles saem constantemente para procurar recursos em outros locais e reabastecer o grupo, o que acaba sendo um transtorno, por conta do tamanho, e buscam tornar o ambiente o mais habitável possível construindo toda uma estrutura que possa suportar e trazer conforto a quem trabalha tão duro para manter o local. O que eles não sabiam era que todo o trabalho braçal, as conversas, os motores de carros e sons ocasionais, reverberavam de uma forma crucial e estava, aos poucos, atraindo a atenção de mordedores, o que levaria, futuramente, o local à ruína e os sobreviventes teriam que se retirar e explorar novos locais para passar o resto de seus dias.
Após o local ser totalmente tomado e engolido pelos mortos, os poucos sobreviventes se deslocam para terras desconhecidas e acabam se deparando com um grupo fortemente armado, que os convida a conhecer uma cidade que está em ascensão e já é capaz de manter um sistema social que abriga várias pessoas.
Assim, eles são levados a Woodbury e acabam descobrindo que a cidade é chefiada por um falso ditador que revindicou o próprio lugar, Brian Blake, que passou a se chamar pelo nome de seu irmão, Phillip, e, posteriormente, se proclamou Governador de Woodbury, passando falsas aparências a todos e agradando a sua população, podendo, assim, esconder seu lado psicopata e cruel. Lilly, Josh e seu grupo acabam tendo que viver cada dia em Woodbury como se fosse o último e irão procurar, custe o que custar, ir embora da cidade e salvar suas peles do louco Governador.
O livro tende a seguir os acontecimentos de A Ascensão do Governador, continuando a história do frágil e covarde Brian Blake, que teve sua vida completamente afetada após a morte de seu irmão mais novo e amigos. Brian acabou se transformando no que seria seu irmão, roubando sua personalidade forte e se tornando um verdadeiro líder, além de roubar seu próprio nome, Phillip, e adotá-lo. Bom, no que diz respeito a história do Governador, O Caminho Para Woodbury é uma excelente sequência e reflete exatamente como a primeira história se desenvolveu e no que Brian Blake se tornou.
Infelizmente, a narrativa não é toda sobre O Governador e peca MUITO nos esforços em descrever a saga dos outros personagens, que são quase que completamente sem carisma e sem personalidade, sendo quase impossível de criar uma intimidade. O enredo não é tão bom e tão surpreendente como o primeiro, tornando-se bem previsível e entediante.
Esta sequência de A Ascensão do Governador não é um livro que não deva ser lido, principalmente por fãs, mas é algo que desaponta, principalmente pelo fenômeno que foi o primeiro. A atmosfera e o clima são bons e ajudam um pouco durante a leitura.
De tudo que já foi lançado de Walking Dead, este segundo livro da saga foi o pior que já me foi apresentado, mas o fato é que o final da história arma um pouco o cenário para o terceiro livro, A Queda do Governador e para a sua segunda parte, ainda não publicada.



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